Mioma atinge cerca de 50% das mulheres e merece atenção | Athos Med

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Mioma atinge cerca de 50% das mulheres e merece atenção

Praticamente todas as pessoas já ouviram falar sobre miomas, mas nem todo mundo sabe ao certo o que são, quais são as causas e sintomas que eles podem causar, e nem como devem ser tratados.

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Os sintomas mais comuns destes nódulos são sangramento uterino anormal, dor, infertilidade, abortamento, entre outros. Mas vale destacar que em muitas mulheres eles são assintomáticos.

Lilian Freitas de Oliveira Carneiro, médica oncologista da Oncomed BH, destaca que a miomatose uterina é uma doença de incidência alta. “Atinge cerca de 50% das mulheres em idade entre 30 e 50 anos”, diz.

“Ocorre de três a nove vezes mais em mulheres da raça negra. Elas têm miomas em idades mais jovens e são mais propensas a terem mais ou maiores miomas”, acrescenta Lilian.

Outros fatores de risco para miomas uterinos, de acordo com a oncologista, são:

Hereditariedade: historia da doença na família (mãe ou irmã).
Obesidade – ganho de peso: sobrepeso pode levar à disfunção hormonal devido ao maior número de células de gordura.
O que são miomas uterinos?

Mas, afinal, o que representam os miomas uterinos?

Miomas são tumores benignos que se desenvolvem no útero e que, muitas vezes, aparecem durante a idade fértil. “A designação científica é leiomioma uterino (leio=liso; mio=músculo; oma =tumor benigno). O mioma se desenvolve a partir do tecido muscular liso do útero (miométrio) que cresce para dentro ou fora do útero. Uma célula se divide repetidamente e desenfreadamente até formar uma massa diferente dos tecidos próximos. O mioma pode alterar o formato do órgão à medida que se desenvolve”, explica Lilian.

Fabiane Sabbag, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, destaca que a origem dos miomas é desconhecida. “Mas sabe-se que o crescimento dele ocorre por indução hormonal, principalmente pelo estrógeno”, diz.

Tipos de mioma

Lilian explica que os miomas são classificados de acordo com sua localização na parede do útero:

Submucosos: aparecem no interior do útero, na parte mais profunda do órgão. “São menos comuns, mas podem acarretar sangramento abundante e anemia, pois levam a intensos e prolongados períodos menstruais”, diz a oncologista.

Intramural: cresce no interior da parede uterina e se expande, fazendo com que o útero aumente seu tamanho. “São os tipos de miomas mais comuns e, geralmente, provocam intenso fluxo menstrual, dor pélvica ou sensação de peso e cólicas”, explica a médica.

Subserosos: surgem na parte externa do útero, geralmente crescem para fora. “Não costumam afetar o fluxo menstrual. O principal sintoma é desconforto percebido quando passam a comprimir outros órgãos da pelve, como o intestino”, diz Lilian.

Pediculados: podem ser confundidos com tumores ovarianos. “São ligados ao útero apenas por um tecido chamado pedículo. Geralmente assintomático, o crescimento do mioma ao longo do tempo pode predispor à torção de seu pedículo, causando dor aguda, o que pode levar à necessidade de uma cirurgia de urgência para sua retirada”, explica Lilian.

Miomas intracavitários: são localizados totalmente dentro da cavidade uterina. “Costumam causar sangramento entre os períodos e, muitas vezes, causam cólicas”, diz a médica.

Sintomas

Lilian explica que, apesar de ser um problema muito prevalente, muitas mulheres com miomas uterinos são assintomáticas. Isto é, a doença muitas vezes não provoca sintomas. Mas, os principais e mais comuns sintomas produzidos pelo mioma, de acordo com a médica, são:

Sangramento menstrual excessivo;
Menstruação irregular forte e períodos menstruais prolongados – sete dias ou mais de sangramento menstrual – o que pode levar à anemia;
Sangramentos mensais atípicos (entre uma menstruação e outra), às vezes com coágulos;
Sensação de pressão ou dor pélvica – cólica;
Dor abdominal;
Incontinência urinaria / micção frequente;
Dificuldade de esvaziar a bexiga;
Funcionamento irregular do intestino – “prisão de ventre”;
Dor durante as relações sexuais.
Fabiane destaca que cada caso é um caso, e tudo depende especialmente da localização do mioma. “Se é interno, pode causar sangramento irregular, às vezes, muito intenso; cólica… Se for por fora, e se crescer demais, pode causar dor, comprimir órgãos. Mas em muitos casos o mioma é assintomático”, lembra.

“Às vezes o mioma é pequeno e nem atrapalha a mulher. O importante é que ela não se desespere… Mas, sim, procure seu médico, que analisará: onde está o mioma? Quantos são? Qual é o tamanho? E, assim, indicará a melhor forma de tratar o problema”,comenta a ginecologista.

Diagnóstico

Lilian explica que o diagnóstico geralmente é feito em consulta ginecológica, levando em conta as queixas apresentadas pela paciente e também através do exame físico local. “Exame de toque ginecológico revela a alteração, aumento do útero ou alteração do seu relevo. A ultrassonografia transvaginal é o exame indicado para a confirmação do diagnóstico. Ele revela a quantidade de miomas, a localização e o tamanho de cada um”, diz.

Tratamentos

Fabiane destaca que o tratamento da paciente dependerá da localização, do tamanho e da quantidade de miomas. “Poderá ser clínico ou cirúrgico”, diz.

“Estes fatores também podem determinar se o mioma dificultará uma possível gravidez ou aumentará o risco de abortamento, assim com trará dor ou ocasionará um trabalho de parto prematuro”, acrescenta a ginecologista.

Lilian ressalta que o tratamento deve ser individualizado e considerar fatores como os sintomas, a idade, os planos de ter filhos, o desejo de preservar o útero.

“Nas mulheres com miomas uterinos, mas assintomáticas, ou com apenas sintomas leves, fazer o acompanhamento médico, sem necessariamente usar algum medicamento ou fazer uma cirurgia, pode ser a melhor opção”, diz Lilian.

Outras opções de tratamento, de acordo com Lilian, são:

Histerectomia: cirurgia utilizada para retirada do útero. Porém, não é indicada para mulheres que ainda querem ter filhos ou desejam manter o útero.

Miomectomia: cirurgia para retirada do mioma, preservando o útero. É indicada para mulheres que desejam preservar a fertilidade ou para aquelas que têm infertilidade causada pelo mioma.

Embolização: procedimento em que é injetada substância para bloquear a alimentação do tumor. Há melhora das queixas e diminuição dos miomas. Não é uma opção considerada totalmente segura para mulheres que ainda desejam ter filhos.

Ultrassom focalizado e guiado por ressonância magnética: as ondas do ultrassom são direcionadas para uma região específica do tumor, em que a temperatura aumenta até 90ºC, destruindo o tecido. Estudos estão sendo realizados para avaliar para quais casos o método é eficaz.

Medicamentos: não acabará com os tumores, mas o uso é aconselhado para diminuir os sintomas. Podem ser à base de hormônios, anti-inflamatórios ou antifibrinolíticos.

Causas e prevenção

Fabiane ressalta que a origem de um mioma é desconhecida. “Mas sabe-se que o crescimento dele ocorre por indução hormonal, principalmente pelo estrógeno”, lembra.

Lilian explica que o surgimento de um mioma pode ocorrer após a menarca (primeira menstruação) e se prolongar até a menopausa. “Já se sabe que fatores hormonais – progesterona e o estrogênio, hormônios que estimulam o endométrio durante cada ciclo menstrual – influenciam o seu desenvolvimento”, acrescenta.

“Na menopausa, quando ocorre queda na produção de hormônios estrogênios, o mioma costuma diminuir de tamanho e até desaparecer”, diz Lilian. “Durante a gravidez, ao contrário, sua tendência é aumentar.”

Ainda de acordo com Lilian, não há como prevenir miomas.

Dessa forma, a melhor recomendação é que a mulher faça visitas regulares ao médico ginecologista para que, assim, esteja sempre atenta à sua saúde. E, no caso de surgimento dessa ou de outras doenças, tudo tende a ser resolvido da melhor maneira possível.

Como o ganho de peso é considerado um fator de risco, manter-se no peso adequado também é interessante (até porque evita muitos outros problemas de saúde).

Fonte: Dicas de Mulher
Égide Assessoria de Comunicação e Marketing


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